
Além de Moraes, Trump revoga vistos de artistas, estudantes e ativistas estrangeiros
A revogação do visto do ministro Alexandre de Moraes, do STF, pelo governo dos Estados Unidos sob a gestão de Donald Trump, provocou forte repercussão no Brasil. No entanto, o episódio não é isolado. Uma série de artistas, estudantes e ativistas estrangeiros também tiveram vistos cancelados recentemente, como parte de uma política mais rígida de controle migratório e diplomático norte-americano.
Segundo o Departamento de Segurança Interna dos EUA, o país se ampara em normas que autorizam a revogação de vistos com base em riscos à segurança nacional, à ordem pública ou à política externa americana.
Casos emblemáticos de cancelamento de vistos:
Ranjani Srinivasan (Índia)
Ex-estudante de mestrado em Sociologia na Universidade de Columbia
Teve o visto revogado após críticas à guerra em Gaza nas redes sociais
EUA justificaram a medida com base em "consequências graves para a política externa"
Julión Álvarez (México)
Cantor popular mexicano
Visto cancelado antes de show no Texas
Suspeitas antigas de envolvimento com o narcotráfico, negadas pelo artista
Departamento de Estado não comentou o caso oficialmente
Bob Vylan (Reino Unido)
Banda britânica de rap punk
Visto revogado após festival com protestos contra militares de Israel
Acusação: incitação a discursos contrários aos interesses dos EUA
Los Alegres del Barranco (México)
Grupo regional mexicano
Vistos de turismo cancelados após show com projeção de imagem de chefe do narcotráfico
Ato foi considerado apologia ao crime por autoridades americanas
Contexto da política migratória sob Trump:
Desde o retorno de Donald Trump ao governo, os Estados Unidos vêm ampliando o uso de critérios subjetivos para vetar estrangeiros considerados "hostis" à política ou à segurança norte-americana. As ações têm afetado:
Estudantes internacionais envolvidos em protestos
Artistas que manifestam opiniões políticas consideradas controversas
Jornalistas e ativistas que criticam abertamente o governo dos EUA ou aliados estratégicos
O governo justifica o endurecimento com base em interesses estratégicos e diplomáticos, mas especialistas apontam risco de cerceamento da liberdade de expressão e instrumentalização política de medidas migratórias.